Após 15 anos de pesquisa a Fundação MS demonstrou hoje em mais um Giro Tecnológico do Showtec 2011 os resultados da pesquisa do grão Crambe. Coordenada pelo engenheiro agrônomo, Renato Roscoe, a dinâmica mostrou o trabalho realizado pela instituição que há três anos busca alternativas de colocar a oleaginosa no mercado, sendo a Fundação MS a única organização a lançar essa variedade no país.
O crambe representa uma excelente alternativa para a rotação de culturas, pois é plantado em segunda safra (safrinha) no Brasil e se destaca por ter boa adaptação, rusticidade e precocidade. “Este é um produto que precisa ter um mercado definido. Com 35% de teor de óleo, o óleo do Crambe não é comestível, mas serve para a produção de biodiesel e para a indústria química. Já os outros 65% da sua matéria demonstram que o grão é rico em proteínas e também pode ser indicado na nutrição de ruminantes através de farelo. Além disso, o Crambe tem baixo custo, baixo risco, pois tem ciclo curto e é tolerante à seca e às pragas, e principalmente tem boa rentabilidade”, explica o pesquisador.
“As perspectivas para 2011 são muito boas, pois vamos ter uma cadeia estabelecida, uma vez que cerca de 20 unidades de pesquisa são parceiras no desenvolvimento do nosso trabalho”, afirma Roscoe sobre o grande desafio de articular a cadeia produtiva, com a organização de fornecedores de sementes certificadas, produtores, armazenadores e indústria de esmagamento.
A primeira variedade de crambe brasileira, a FMS Brilhante, vem da seleção de materiais introduzidos do México no início dos anos 90. A seleção foi feita pelos pesquisadores da Fundação MS, que obtiveram um material produtivo e adaptado às condições brasileiras. A instituição lançou uma publicação inédita, em português, que reúne informações sobre o cultivo do crambe.